segunda-feira, 14 de janeiro de 2008

Genética e Biologia Forense - Técnicas utilizadas

Técnicas utilizadas... em perícias relativas à investigação de parentesco biológico, identificação genética do âmbito da criminalística biológica e identificação genética individual.

Identificação genética do âmbito da criminalística biológica

A complexidade desta perícia está na diversidade de amostras recebidas para análise (sangue, sémen, cabelos, pêlos), sendo, por vezes, o seu material genético exíguo e degradado.

No contexto da realização desta perícia são colhidos vestígios no local do crime, na vítima (principalmente de agressões sexuais) e em peças de vestuário da vítima e/ou do suspeito, sendo enviados posteriormente para laboratórios afim de se fazer o estudo do DNA.

Estudo do DNA


A resolução de perícias com interesse forense, pressupõe a extracção de DNA (Ácido Desoxirribonucleico) das células nucleadas e posteriormente, usando a PCR (Polymerase Chain Reaction), a amplificação das sequências de DNA, usando kits comerciais que permitem, em simultanêo, analisar vários polimorfismos do DNA.

Os principais polimorfismos do DNA estudados são STR(Short Tandem Repetas) autossómicos, do cromossoma Y e do cromossomaX. Quando se trata de amostras com quantidades exíguas de material genético degradado, procede-se à análise da região controlo do DNA mitocondrial, por sequenciação. Actualmente, há outros marcadores genéticos que também podem ser utilizados no estudo de "amostras difíceis", como os SNP(Single Nucleotide Polymorphisms), os MiniSTR e a análise LCN (Low Cpy Number).

A parte final da perícia consite na análise dos resultados. Para que esta seja possível, para além da determinação do perfil genético da amostra biológica, terá que se obter o perfil genético de um amostra de referência colhida no suspeito, para comparação.

Depois de efectuada esta análise elabora-se um relatório final, no qual, entre outros elementos, deverá conter as conclusões que incluem a valorização probabilítica dso resultados, no caso dos perfis genéticos referidos serem idênticos.


Identificação genética individual


Por vezes, os únicos vestígios que se conseguem retirar da cena do crime são vestígios de contacto da pele com uma qualquer superfície, nomeadamente as impressões digitais.


A análise destes vestígios anatómicos, tradicionalmente lofoscópica, hoje pode ter uma abordagem completamente distinta, através da determinação do seu perfil genético.


Numa impressão digital presente na superfície de um objecto podem estar aderentes algumas células nucleadas que possibilitem, se houver um tratamento adequado, a extracção do DNA e consequente análise. Com efeito, vários autores têm demonstrado que é possível obter perfis genéticos a partir de resíduos de impressões digitais latentes, deixadas por simples contacto da pele com determinadas superfícies, como papel, facas,canetas, cordas, fios e armas de fogo.

Investigação de parentesco biológica


Os peritos tendo em sua posse células do criminos, analisam o DNA, identificando os fragmentos em laboratório. Por outro lado, a polícia colhe sangue de eventuais suspeitos de terem cometido aquele crime. Ao se cruzarem os resultados do exame de DNA dos suspeitos com o resultado obtido a partir do criminoso ainda não identificado, é possível chegar à identificação.


Cabe aqui uma pergunta:


Se a identificação do criminoso se dá pela identificação de fragmentos do DNA que ele herdou tanto do pai quanto da mãe, como se pode ter certeza que o DNA analisado não é do irmão do suspeito?

Embora sejam irmãos isso não significa que tenham herdado exatamente a mesma bagagem genética. Um certo espermatozóide carrega trechos do DNA paterno que são diferentes dos trechos carregados pelos espermatozóides vizinhos. O mesmo pode ser dito em relação aos óvulos que a mãe produz.

Portanto, as combinações materna e paterna de DNA ocorridas nas fecundações que geraram cada um dos filhos são diferentes. O que nos leva a concluir que cada pessoa é única no mundo com relação à sua composição genética, e o resultado fornecido pelo teste de DNA revela um tipo de impressão digital molecular que não dá margem a contestações.

Curiosidades...


  • Com apenas 1cm de cabelo é possível extrair DNA;

  • Apenas os gémeos monozigóticos possuem o mesmo DNA;
  • Os dermatóglifos são desenhos formados à superficieda pele pelas cristas; Os dermatóglifos formam-se nos terceiro e quarto meses de vida fetal e surgem à superfície no quinto mês . Durante a vida, apenas mudam de tamanho, sem alterarem a sua configuração . Em caso de danos físicos ou químicos superficiais, as cristas refazem-se inteiramnete na forma primitiva.

Este foi o último post sobre genética e biologia forense! Espero que tenham gostado! Não percam o próximo post que será sobre o crime resolvido mês a mês!

(Teresa Felgueiras)

Bibliografia:

http://www.angelfire.com/falcon/biologiaunip/identificacao_DNA.htm
A química na investigação policial

Pelas pontas dos dedos
http://www.vemaprender.com/moodle/file.php/39/Introducao.pdf

1 comentário:

Anónimo disse...

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